A temporada de declarações do imposto de renda 2023 está repleta de mudanças. Depois de novas datas, do incentivo à declaração pré-preenchida e outras novas regras sobre as quais já falamos aqui no blog do Confi, o governo anunciou uma nova faixa de isenção do imposto de renda de pessoa física (IRPF).
Com a medida provisória (MP) publicada no domingo, 30 de abril, a faixa de isenção passa de R$ 1.903,98 para R$ 2.112,00. Além disso, há um novo desconto mensal de R$ 528, direto na fonte, para declarações simplificadas.
O governo comunicou que todos os trabalhadores que ganham menos de R$ 2.640 — ou dois salários mínimos, com o aumento definido também no dia 30 de abril — não terão de declarar o IRPF. Mas é importante especificar que esse valor inclui o desconto mensal de R$ 528, uma vez que a faixa de isenção só aumentou, de fato, para R$ 2.112,00.
Inclusive, vale observar que o governo aumentou apenas a faixa isenta, mas não modificou os valores das outras faixas de contribuição. Então, a nova tabela do imposto de renda continua quase igual à anterior, mas com uma faixa isenta maior.
Ainda assim, isso causa um efeito cascata, uma vez que todos os rendimentos são tributáveis apenas quando passam da faixa isenta. A questão é que, para a maioria dos contribuintes, a mudança não deve gerar uma economia tão grande: de acordo com cálculos da Unafisco — a Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal do Brasil — cada declarante pagará R$ 15,60 a menos de imposto, com as novas regras.
O governo, por sua vez, calcula que a arrecadação diminuirá em 4 bilhões de reais. Porém, ele comemora o aumento no número de isentos: seriam 13,7 milhões de beneficiados.
A nova tabela do imposto de renda e os R$ 528
Como explicamos, ao anunciar o “número mágico” de R$ 2.640 ou dois salários mínimos de isenção, o governo levou em conta um desconto automático de R$ 528 para as declarações simplificadas. Esse era um desconto que, na prática, já era realizado na declaração anual — a diferença é que o governo tornou isso uma regra e deixará de reter esse imposto na fonte.
A ideia do Ministério da Fazenda, ao estipular essa regra, era diminuir o custo das isenções e beneficiar diretamente quem ganha menos. Até porque as pessoas que estão nas maiores faixas de contribuição costumam usar a declaração completa, com outras isenções.
Segundo os cálculos da Unafisco, a dedução de R$ 528 deixa de ser vantajosa para pessoas que ganham a partir de R$ 5.020.
A entidade também aponta o problema da defasagem na tabela do imposto de renda — que foi uma bandeira de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao longo das eleições presidenciais de 2022.
Defasagem acumulada
Estima-se que a defasagem acumulada nas últimas décadas esteja em 151,49%. Se toda a inflação, desde 1996, fosse aplicada à nova tabela do imposto de renda, a faixa isenta seria de até R$ 4788,40. O presidente promete ampliar a isenção gradualmente, até o fim de seu mandato, para R$ 5.000 — os R$ 2.112,00 atuais ainda estão bem abaixo dessa promessa.
Na prática, essa defasagem faz com que muitas pessoas que nunca pagaram o imposto de renda para pessoas físicas (IRPF) passem a pagar — e pessoas que pagavam pouco acabem sendo empurradas para faixas superiores — simplesmente porque seus salários receberam reajustes de acordo com a inflação. Segundo a Unafisco, isso acaba pesando ainda mais na classe média, que ganha até 5 salários mínimos.
A partir de quando vale a nova tabela do imposto de renda?
A nova faixa de isenção do imposto de renda ainda não vale para as declarações que estão acontecendo agora em 2023 — que são referentes ao ano-base de 2022. Ela será válida para o ano-base 2023, que será declarado em 2024.
Em resumo, a nova tabela do imposto de renda só vale para o ano que vem.
Além disso, devemos levar em conta que os novos valores foram definidos por meio de uma MP — uma medida provisória, que precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias. Caso contrário, a MP “caduca” e perde sua validade, voltando a vigorar o valor anterior.
Próximos aumentos de isenção
Quanto aos próximos aumentos de isenção — e as novas tabelas que serão necessárias para cumprir a promessa de isenção de até R$ 5 mil —, o governo ainda não se pronunciou. O site de notícias G1, que mostrou os cálculos da Unafisco, questionou o governo sobre os tais 13 milhões de isentos, mas não obteve resposta até a data de publicação deste artigo.
Para os contadores, é indispensável se informar muito bem sobre todos os detalhes dessas mudanças, já que elas estão gerando muitas dúvidas nos clientes. Se você quer continuar se informando sobre as principais novidades da contabilidade, além de receber dicas essenciais para escritórios contábeis, continue acompanhando o blog do Confi.
Com informações do G1 (2), O Globo, Money Times, Folha de SP.
3. Exercite sempre a empatia com seus clientes
A nossa terceira e última dica envolve uma palavra muito repetida e fácil de entender, mas difícil de colocar em prática: a empatia. Como você provavelmente já sabe, ela envolve a sua capacidade de se colocar no lugar do outro, de sentir o que ela sente.
Quando estamos atendendo clientes, na correria do dia a dia, pode ser bem difícil exercer a empatia, não é mesmo? Mas comece sempre por dois princípios:
- O cliente não sabe tanto de contabilidade quanto você e pode precisar que você explique coisas que parecem simples para você, mas são complicadas para ele.
- Você precisa escutar o cliente de forma ativa, buscando entender de onde surgiu aquela dúvida ou pedido.
Escutar é uma palavra que deveria ser tão repetida quanto empatia. Afinal, a escuta ativa — isto é, ouvir realmente prestando atenção em tudo — é o primeiro passo para conseguirmos nos identificar com alguém e termos empatia.
Inclusive porque, quando falamos em serviços contábeis, é muito comum que o cliente tenha dificuldade em expressar o que precisa. Como resume nossa fundadora, Daniella Novak, “se você souber escutar, fazer as perguntas certas, você com certeza vai ter uma comunicação melhor e mais clara com seu cliente”.
Em resumo: pratique a escuta ativa, prestando o máximo de atenção às mensagens dos seus clientes, e seja o mais empático possível com eles.
Construção diária
Depois de explicar esses três pilares, nós também precisamos ser transparentes e dizer que a comunicação com clientes da forma como descrevemos aqui é um exercício diário. Ou seja, você talvez não consiga colocar isso em prática no primeiro momento, mas está no caminho certo sempre que busca melhorar.
Investir na comunicação e num bom relacionamento com clientes demanda tempo e esforço, mas é um dos melhores investimentos que você pode fazer em seu escritório contábil. Como dissemos, o relacionamento é essencial para a fidelização de clientes em um serviço técnico e sensível como a contabilidade.
Dito isso, outro ótimo investimento que você pode fazer em seu escritório de contabilidade é ter um sistema de gestão de tarefas contábeis, como o Confi. O Confi organiza suas tarefas e otimiza diversos processos que, geralmente, são manuais. Com isso, você tem mais tempo para se comunicar com seus clientes e construir uma relação de confiança.