Todo ano é a mesma história: chega dezembro, e o escritório contábil se vê cercado por dúvidas sobre o fechamento de folha e cálculo do 13º salário. Mesmo com sistemas automatizados, o volume de correções e reenvios ao eSocial ainda consome tempo, energia e paciência da equipe.
Mas por que isso ainda acontece, mesmo com tantos avanços tecnológicos? Em boa parte, porque as rotinas de conferência e atualização cadastral não acompanham a complexidade das entregas. E quando o prazo aperta, o retrabalho aparece junto com multas, inconsistências e muito stress.
Nessa matéria mostramos como identificar os erros mais comuns no fechamento de folha e 13º, e o que fazer agora para que o seu dezembro não se transforme em um mês de correções de última hora.
Cálculos incorretos do 13º: o clássico que se repete
Mesmo com a automação, o 13º salário continua sendo um dos pontos mais críticos da folha. Os erros mais frequentes surgem de detalhes que parecem simples, mas impactam diretamente o valor final e os encargos.
Entre os principais equívocos estão:
- Falta de atualização do salário-base após reajustes ou mudanças de função.
- Cálculo incorreto das médias de horas extras, comissões e adicionais, que deveriam ser proporcionais ao período trabalhado.
- Descontos duplicados ou bases erradas de INSS e IRRF, especialmente quando há afastamentos ou licenças.
- Verbas configuradas incorretamente no sistema como fixas ou variáveis, alterando indevidamente o total líquido.
Além disso, é comum que o sistema traga valores antigos porque as parametrizações não são revisadas com frequência. Portanto, antes de gerar o 13º, é essencial revisar cadastros, eventos e fórmulas, garantindo que todos estejam atualizados conforme a legislação vigente e convenções coletivas.
Essa checagem evita que a folha vire um “teste final” e transforma o fechamento em uma validação consciente de dados já consolidados ao longo do ano. Com isso, o contador ganha previsibilidade e confiança na entrega.
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Falhas no eSocial: o que mais gera inconsistência
Por outro lado, o eSocial ainda é um dos grandes vilões de dezembro. Boa parte dos erros não vem do sistema em si, mas da falta de um processo estruturado de revisão antes do envio final.
Os principais gargalos incluem:
- Vínculos ativos com afastamentos não encerrados, que bloqueiam o fechamento.
- Divergências entre as bases da folha e do eSocial, especialmente nos eventos S-1200 e S-1299.
- Rubricas incorretas para o tipo de contrato ou categoria de trabalhador.
- Informações de rescisão não sincronizadas com o fechamento mensal.
Esses detalhes parecem pequenos, mas atrasam o envio, geram reprocessamentos e podem afetar guias de recolhimento e declarações acessórias.
Criar um checklist pré-fechamento, com conferências automáticas de eventos e alertas de inconsistência, é o que separa o escritório que sofre no fim do ano daquele que encerra o exercício de forma tranquila e segura.
Ausência de conferência mensal: o erro que acumula
Outro ponto que ainda pesa no fim do ano é o acúmulo de pendências que poderiam ter sido resolvidas mês a mês. Sem revisões periódicas, divergências cadastrais e ajustes de férias, afastamentos e adicionais se acumulam e explodem justamente em dezembro.
Um bom processo de fechamento mensal não serve apenas para gerar guias, mas para garantir consistência entre folha, encargos e declarações acessórias.
Além disso, com a integração entre sistemas contábeis e gestão de tarefas automatizadas, é possível acompanhar em tempo real quais empresas estão com folha validada e quais ainda precisam de ajustes. Essa visibilidade evita o famoso “mutirão de última hora” e distribui a carga de trabalho de forma equilibrada, preservando a saúde da equipe e a qualidade das entregas.
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Automação e revisão de processos: a virada de chave para 2026
Portanto, evitar retrabalho em dezembro não depende apenas de atenção depende de processo, tecnologia e cultura de conferência contínua. Automatizar o fluxo de tarefas da folha, vincular prazos do eSocial e monitorar alertas de inconsistência em tempo real são práticas que transformam o fechamento em rotina previsível.
Escritórios que estruturam essas etapas conseguem prever gargalos, redistribuir tarefas e eliminar repetições desnecessárias. Além disso, passam a usar dados da folha como insumo consultivo, identificando custos com encargos, tendências de absenteísmo e oportunidades de melhoria nos contratos.
Assim, o fechamento de folha deixa de ser apenas uma obrigação fiscal e se torna uma entrega de valor estratégico, mostrando o papel consultivo do contador moderno.
Conclusão
O fim de ano pode ser intenso, mas não precisa ser caótico. Com cadastros revisados, conferências automatizadas e processos bem definidos, o fechamento de folha e o cálculo do 13º deixam de ser uma dor recorrente e passam a representar a maturidade operacional do escritório.
Em resumo, cada erro evitado agora é uma hora a mais de tranquilidade em dezembro e um passo firme rumo a um 2026 com menos retrabalho e mais eficiência.
Contar com ferramentas integradas e um fluxo de tarefas automatizado é o que diferencia o escritório que sobrevive do que se destaca pela entrega consultiva e previsível.
FAQ – Fechamento de folha e 13º salário
- Quais são os erros mais comuns no fechamento de folha?
Os principais erros envolvem cadastros desatualizados, rubricas configuradas incorretamente, eventos duplicados no eSocial e ausência de conferência mensal das bases de cálculo. Também são frequentes falhas em médias de adicionais, férias e reajustes salariais não aplicados corretamente. - Como evitar inconsistências no eSocial durante o fechamento?
O ideal é manter um checklist automatizado com conferência de vínculos, afastamentos e rubricas antes do envio dos eventos S-1200 e S-1299. Comparar os dados de rescisão e eventos de desligamento com a folha mensal reduz divergências e retrabalho. - O que revisar antes de calcular o 13º salário?
Verifique o salário-base atualizado, médias de variáveis (comissões, horas extras e adicionais), bases de INSS e IRRF, e cadastros de funcionários com admissões ou afastamentos recentes. Revisar férias gozadas no período também evita erros nas médias. - Como a automação ajuda no fechamento de folha?
A automação permite centralizar tarefas, gerar alertas e validar dados em tempo real. Isso antecipa erros e distribui o trabalho ao longo do mês, reduzindo a sobrecarga da virada de ano e garantindo entregas mais precisas. - Por que revisar processos agora ajuda em 2026?
Com novas exigências fiscais, cruzamentos automáticos e a consolidação do IBS e CBS, os escritórios que já possuem processos integrados terão vantagem competitiva. Revisar fluxos e automatizar rotinas ainda em 2025 é o primeiro passo para um 2026 mais consultivo e menos operacional.





